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Moradores da Quinta da Carreira ameaçam processar autarcas

Por CASCAIS24

Caso não consigam "travar a conclusão e entrada em funcionamento do parque de estacionamento" na Quinta da Carreira, em São João do Estoril, moradores reunidos este sábado, de manhã,  anunciaram que estão na "forte disposição de levarem a sua oposição aos tribunais, requerendo a condenação dos autarcas responsáveis" por um processo que classificam ser uma "violação".

Já esta sexta-feira, conforme Cascais24 avançou, deu entrada uma queixa dos moradores nos serviços do Ministério Público de Cascais, a qual, no entanto, visa apenas a construção em si e as alegadas "ilegalidades".

"A revolução contra o autoritarismo e a ilegalidade, que tem governado Cascais nestes últimos quatro anos, pode começar aqui", comentou um dos moradores presentes no encontro que reuniu munícipes "indignados" da Quinta da Carreira com os candidatos da CDU, PS e Bloco de Esquerda (BE) à presidência da Câmara de Cascais nas autárquicas de outubro.

Neste encontro, em que foram discutidas medidas a seguir para "impedir a concretização do parque de estacionamento que a Câmara, à revelia de todos, decidiu construir numa área de protecção da ribeira de Bicesse, classificado como Reserva Ecológica, onde desde há anos pretendem ver construída uma zona verde para cultura e lazer", marcaram presença, a convite dos munícipes, o vereador da CDU e candidato à presidência da Câmara, Clemente Alves, detido pela PSP durante os primeiros protestos populares, a deputada e candidata pelo PS, Gabriela Canavilhas, bem como um representante do Bloco de Esquerda (BE).

Além de "repudiarem a atuação da Câmara", os presentes condenaram a atitude da direção da Associação de Moradores da Quinta da Carreira que, "escondendo a informação sobre a construção do parque de estacionamento, está a dar cobertura aos propósitos da Câmara".

Os munícipes  exigem que esta Associação se "retrate publicamente e que retire o apoio à consumação daquilo que se considera ser um atentado ecológico e urbanístico e, caso a direção da Associação não se retrate, que se demita das funções".

Aos representantes dos partidos presentes foi transmitida "estranheza pelo silêncio a que  a CCDR-LVT e o Ministério do Ambiente se estão a remeter quando, logo no inicio do processo, deveriam ter impedido que Câmara de Cascais viesse ferir de forma tão escandalosa os valores ecológicos que impuseram a classificação dos terrenos como REN".

Entretanto, conforme Cascais24 avançou este sábado, a candidata do PS anunciou nesta reunião com os munícipes, que tem agendada para a próxima segunda-feira uma reunião com o ministro do Ambiente. 

"Protestos sem razão de ser", diz vereador Nuno Piteira Lopes

 

Na sequência dos protestos, o vereador Nuno Piteira Lopes, da Câmara Municipal de Cascais, assegurou esta semana a Cascais24 que os trabalhos em curso na Quinta da Carreira estão “dentro de toda a legalidade, tratando-se de um processo coordenado e articulado com a Associação de Moradores local” e revelou que o “estacionamento será gratuito”.

Segundo o vereador que, entre outras áreas, detém os pelouros da gestão e intervenção territorial, “os protestos de terça-feira, que passaram pelo bloqueio a máquinas e pesados com materiais, não têm razão de ser” e “lamentou os incidentes ocorridos, protagonizados pelo candidato da CDU à Câmara de Cascais". 
Em declarações a Cascais24, Nuno Piteira Lopes revelou que “o município adquiriu a totalidade dos terrenos, com 72 mil metros quadrados e para os quais, em 2009, chegou a estar prevista construção de 51 mil metros quadrados.

“A Câmara, em vez de construir casas, optou por criar um parque verde com uma área com 5.800 metros quadrados e num espaço com mais 7.200 metros quadrados um parque de estacionamento, que será gratuito. Será um parque com capacidade para 226 lugares, com pavimento revestido por grelhas de enrelvamento”, explicou o vereador.

Os trabalhos deverão estar concluídos em finais de junho.

Ainda de acordo com Nuno Piteira Lopes, “o PDM prevê na área a construção de uma variante, que ligará a Marginal a uma rotunda, a construir junto à Escola Secundária de São João”. Ainda não está previsto qualquer prazo para o arranque da obra.

 









Comentários

  1. Este vereador sabe que não fala verdade. 1) Fala em causa própria pois tutela a empresa caça níqueis, passa multas e distribui propaganda falsa; 2) Os "incidentes ocorridos protagonizados pelo vereador da CDI à Câmara de Cascais" são outra falsidade, pois quem protagonizou os incidentes foi o agente da PSP de Cascais, de nome Coimbra, que investiu estupidamente sobre gente pacífica e maioria idosos para prender arbitrariamente o vereador, policial que não honra a farda e a autoridade que a democracia o investiu nas respectivas funções, pela lei e pela grei; 3) Deveria saber que a referência a projecto "coordenado e articulado com a associação de moradores local" vale rigorosamente zero, pois aquilo é uma comissão de amigos engajados a interesses pessoais, que não representa os moradores e está contra os moradores, conforme se constatou ao colocar -se ao lado da polícia e do presidente da Cascais Próxima deixando os moradores do outro lado da barricada; 4) Não vale a pena referir mais o estafado argumento da falta de informação no local do alcance da obra, porquanto a atitude ziguezagueante da Câmara revela o que pretende esconder; 5) O parqueamento, antes referido como sendo a pagar por via dos parquimetros, agora passou a ser gratuito, perante a enorme contestação popular; 6) O referido protocolo com a CP Lisboa não abrange aquele espaço, mas o já construído e taxada junto às paragens dos autocarros e táxis (ordem de serviço da CP Lisboa que entrou em vigor a 01/02/2017. 7) O protocolado com a CP Lisboa, que abrange todos os parques desde Carcavelos a Cascais, junto às estações, prevê para S. João do Estoril, no edificado, apenas 15 lugares; 8) A invocação do anterior projecto de ordenamento viário para toda aquela zona, com a eventual tal construção urbanística, encontra-se revogado desde a gestão do Dr. António Capucho; 9) Se este último fizesse fé estaríamos perante um parqueamento provisório, dada a reserva do espaço para a tal estrada; 10) Por ultimo, a população sempre reivindicou e defendeu a existência naquele local como zona verde e de lazer. Ponto.

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